Hoje acordei como o tempo - enraivecida, a questão é que não me passou e não fiquei iluminada, como o entardecer.
Não sei se é prática comum das mulheres (ou dos homens,vá), mas quando me agarro às limpezas penso no que devia e no que não devia. Penso na vida, penso nos amigos, na família, no trabalho, no dinheiro ou da falta dele, nos planos traçados, nos planos desfeitos, nas novidades e nas coisas que não tem novidade nenhuma. Resumindo, tive um dia de folga para me matar fisicamente (as minhas costas já se queixam) e psicologicamente.
Não ficando satisfeita, dou por mim a pensar que os meus dias de folga são cada vez mais assim, principalmente estes dias semanais, todos trabalham e eu fico aqui sozinha e a pensar que me apetecia este mundo e o outro. Tenho saudades das minhas amigas, da vida social, das gargalhadas comuns, de uma saída à noite e dos comentários do dia seguinte. No final de contas é isto que se ganha (ou se perde) quando o mundo do trabalho nos bate à porta, sem ele não há sustento, mas com ele não há tantas outras coisas que me fazem uma mulher mais feliz, mais completa. Perdemos tempo precioso das nossas vidas agarradas a coisas que não nos preenchem, a coisas que não reflectem o nosso empenho, a coisas que nos tiram tempo, muito tempo e não nos dá praticamente nada em troca.
Que ninguém me interprete mal, mas tanto sentimento fica por descrever e o melhor mesmo, por vezes, é agarrar na almofada e abafar o grito, que tantas vezes é lançado ao vento e ninguém o escuta, ou percebe. Por isso caminha-se, caminha-se sem saber bem para onde, caminha-se porque parar é morrer, essencialmente, é cagando e andado (perdoem-me a força de expressão). E se o mundo fosse cor-de-rosa como as coisas da minha bebé, não estaria assim, estagnada!
Have Something
M